\ {buongiorno danielle}: Oscilações
10/10/2012

Oscilações

A cara exausta é a personificação do cansaço, definitivamente.


Segunda andei, andei demais. Tive que resolver a parada da minha carteirinha de ônibus, precisei comprar umas coisas, mandar consertar outras... para a minha sorte, em todo lugar que eu parava tinha um bebedouro com água geladinha esperando ansiosamente para encher minha garrafinha de água de 300ml que não durava um quarteirão.

Como se não bastasse caminhar pra caramba sob esse sol de rachar, tive aula das 16h às 18h. Saí da aula até zonza, desejando mais que tudo um banho, roupas bem largas e confortáveis e um chá. Eis então que o tecido da realidade se rompe. Meu pai tinha queimado o microondas de casa domingo, e decidiu sair segunda à noite (isso por volta das 20h, vejam bem) para ver se tinha algum lugar que vendia eletrodomésticos.

Claro que tinha. Mas nenhum da voltagem que a gente precisava. Apesar de tudo, todo estresse, do falatório interminável sobre "nossa, que cara, hein... não tá a fim, fica em casa!", valeu a pena cada segunda que passei dentro do carro com a janela aberta e o vento gelado da noite batendo na cara.

Passei da UFSCar, e ô, lugarzinho bonito à noite, hein? Confesso que meus olhos até brilharam (aliás, é lá que quero estudar depois do ensino médio). Mas enfim, né.

Quando eu era pequenininha, meu pai me ensinou uma coisa um tanto quanto nonsense para se fazer quando o carro está em alta velocidade. A foto que escolhi para o post já apareceu por aqui, mas é a que mais ilustra o que eu quero dizer. É o fato de colocar a mão para fora do carro e ficar brincando com a aerodinâmica.

Fazendo isso, pude perceber uma coisa e, depois de uma bela viajada, fiz comparações dessa brincadeira de criança com a minha vida. Tudo oscila. Assim como a mão no ar não consegue ficar estável por causa da força do vento, a vida também não. Sempre terão momentos ruins e bons. Talvez todos ao mesmo tempo. Talvez nenhum.

E a vida é assim. E a vida segue. Sem razão ou motivo, presa no passado.

5 comentários:

Anna Constantino disse...

Pois é! Eu também tenho costume de ficar com a mão para fora da janela, meus pais não gostam. Mas essa é uma das poucas coisas que ainda posso fazer mesmo sendo tão velha (20 anos não é velha, mas parece). =(

Gostei muito do post e tenho fé de que você ainda estudará na UFSCar *-*

Danielle Gomide disse...

É, Anna, crescer é inevitável. Mas cá entre nós, sempre seremos crianças, hahaha!

E obrigada, de verdade ♥

Karla Reis disse...

Caramba! Já ouviu falar em catarse? Senti uma coisa parecida quando acabei de ler esse post. Uma espécie de purificação, sabe? Não sei dizer... Amei demais demais demais. Sem contar que a UFSCar é linda até de manhã. ♥

Colocar a mão pra fora do vidro do carro (ou estivar o braço pro lado na moto mesmo) jamais será a mesma coisa.

Danielle Gomide disse...

Confesso que nunca tinha ouvido falar nesse nome, mas vou pesquisar porque fiquei curiosa! Fico feliz em saber que meus textos estão ajudando pessoas. Sensação melhor que colocar a mão para fora do vidro do carro, é essa :)

Muito obrigada, linda! ♥

Rafaela Ribeiro disse...

Adorei seu texto, Dani *.*

Tudo oscila, tudo ensina, tudo tem um porquê. Beijos ♥

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